Em seu livro Ética para meu filho, Salvater aborda assuntos importantes do nosso cotidiano, tais como a liberdade de escolha, a paz de espírito e a empatia, capacidade de colocar-se no lugar do outro.
No terceiro capítulo, Faça o que quiser, o autor fala sobre a responsabilidade de escolhermos nossas decisões sabendo das conseqüências que podem advir delas. Ele garante ao filho que este pode fazer o que quiser, escolher como quiser, desde que saiba responsabilizar-se com os resultados. No filme assistido, Conversando com Deus, fica claro este capítulo de Salvater, o livre arbítrio e a liberdade de escolha são propostos por Deus ao interlocutor, que começa a refletir sobre o que lhe ocorre agora, que é em decorrência dos atos que ele teve antes. Salvater afirma: “Não somos livres para escolher o que nos acontece [...], mas para responder ao que nos acontece de um ou outro modo.” (p. 24) Em outra parte, faz uma alusão ao direito de escolha. Se eu tiver uma bolinha nas mãos e quiser jogá-la longe, posso fazer ou não, mas se o fizer não poderei garantir a sua volta.
No quarto capítulo, Dê a si mesmo uma boa vida, Salvater faz-nos refletir sobre para que servem os seres humanos. Ao propor que devemos nos dar uma boa vida, o autor cita o filme Cidadão Kane e a personagem de Calígula. Pessoas tão amarradas em seus bens materiais que não deixaram que as coisas os ajudassem a ser feliz, mas tentaram se tornar a felicidade das coisas. Como as coisas não podem ser felizes, as pessoas que se coisificam para humanizarem as coisas, acabam virando também coisas sem sentido, pois as coisas têm utilidade e as pessoas... Para que mesmo que servem? O esquete Motivação X Bola Murcha, do motivador Daniel Codri, nos remete a essa coisificação das pessoas ao nosso redor por nós e nossa pelas pessoas ao nosso redor. Se uma pessoa está feliz incomoda os demais, se ela está triste não deveria estar porque não tem motivos para isto. Ninguém está contente com ninguém, porque ninguém está contente consigo mesmo.
O sétimo capítulo, Ponha-se no lugar do outro, é considerado pelo autor como o mais importante de todo o livro. Segundo ele, “nada pode ser tão interessante quanto a capacidade de se colocar no lugar daqueles com quem seu interesse está relacionado.”(p.97) Salvater explica a origem de interesse - entre esse - para reafirmar a importância de colocar-se no lugar do outro. Interessante a forma como ele faz uma outra colocação, como não somos pessoas iguais, aconselha que não devemos fazer aos outros o que gostaríamos que fizessem conosco. Colocar-se no lugar do outro significa prever o que pode ocorrer, entender o que o outro sente e como sente, não criticá-lo por suas opiniões, mesmo ao criticar suas opiniões. Colocar-se no lugar do outro é o mesmo que não coisificá-lo, mesmo que ele nos esteja coisificando, para que, ao tratá-lo com respeito, estejamos sendo respeitados mesmo que seja apenas por nós mesmos no outro.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
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