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sábado, 20 de fevereiro de 2010

Alfabetização e Letramento

A resenha abaixo foi produzida a partir de um texto elaborado por Cecília Maria Aldigueri Goulart, doutora em Letras pela PUC-RIO, para apresentação no programa Salto para o Futuro, na TV Escola 2003. (Disponível em http://www.tvebrasil.com.br/salto)

A linguagem está onde o homem está. A linguagem não existe senão por causa da comunicação. O homem não pode viver sem se comunicar, para tanto, criou códigos e definiu parâmetros para nortear o desenvolvimento da linguagem, dos modos de se fazer entender, se expressar.

A narrativa é a forma mais antiga de se compor um acervo de conhecimentos. O homem conta o que fez, como fez, para que fez, por que fez, onde fez, com o que fez. A linguagem escrita é fundamental para que a posteridade compreenda o contexto no qual foi produzido o conhecimento.

A escrita é a materialização da idéia, para se realizar necessita de um suporte, que já foi parede de caverna, hoje é muro de escola; já foi faixa de protesto, hoje é fronha personalizada; já foi papel na máquina barulhenta de escrever, hoje é tela que carrega bites e reflete letras.

A escrita ficou tão importante que tomou o lugar da palavra. Se antes a palavra era dada como fechamento de um negócio, hoje o papel assinado não fica fora de contrato algum. Sendo assim, quem não sabe ler fica fora da sociedade. O preconceito lingüístico tem, aqui, sua principal explicação: se a escrita vale mais que a palavra, quem usa a palavra mais próxima desta escrita tem mais valor do que aquele que usa a forma mais distanciada dela.

Mas, saber escrever não significa conhecer vários assuntos e, sim, saber registrá-los corretamente de acordo com a situação. Isto é letramento. Usar os conhecimentos adquiridos na escola, intertextualizando-os e textualizando as situações da vida.

Enquanto a alfabetização é um processo sistemático realizado principalmente na escola, o letramento depende do meio em que o indivíduo vive, das condições sociais às quais está exposto, aos objetos aos quais tem acesso. Alfabetização sem letramento é desprezar a língua como bem cultural, é o mesmo que criar analfabetos funcionais.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Navalha na carne

É horrível criar expectativa para qualquer coisa que seja, o grau de frustração aumenta na mesma proporção. Fiquei afoita de vontade de ler Navalha na Carne, de Plínio Marcos. Procurei, procurei, procurei... Já cansada de procurar, resolvi ler qualquer obra que achasse do autor, para ao menos conhecer. Encontrei apenas Inútil Canto Inútil Pranto pelos Anjos Caídos. Profundo e reflexivo, gostei muito. Animei novamente para ler o título sugerido pela professora de literatura. Um amigo enviou-me um link para que eu pudesse saciar minha vontade. O texto é tão fraco, mas tão fraco... Que raiva de ter perdido tempo lendo e que vergonha de ter procurado por duas semanas. Tive que ler duas obras de Nélson Rodrigues para conseguir dormir. Valeu por ter me proporcionado a leitura de A mulher sem pecado e Vestido de noiva.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Cigarro X Celular

Muito engraçado. Quando eu era criança, assistia a muitas entrevistas sobre o hábito de fumar. Os fumantes sempre diziam que, ao andar pela rua sozinho, acendia um cigarro para não ficarem desolados. Hoje, ao correr pelo clube, pus-me a reparar quantas pessoas estavam ao celular. Pensei bem, se estão ao celular, não estão fumando. Botei reparo em quantos fumavam. Nenhuma pessoa fumante foi por mim avistada no clube durante umas três horas de observação. Eu nunca fumei, mas sou uma vivente que usou o celular na mesma idade em que o pai havia fumado pela primeira vez.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Perfil 2010

Sinto muito, sinto o tempo todo... Sou feita de sensações. Amor, raiva, calor e frio... Tudo isto me compõe o dia inteiro, intensamente. Se o dia tivesse 30 horas, eu as viveria intensamente e ainda me sentiria apertada dentro dele, usando cada segundo para me expandir. Eu me entrego completamente a tudo que me proponho, sou do tipo que veste a indumentária toda. Não dispenso um ritual. Ah, tem coisa melhor do que um ritual? Que delícia colocar uma roupa especial para determinada situação, guardar aquela bebida para comemorar a hora em que consegue ser atendido por aquele bendito SAC de uma empresa de banda larga? Rsrsrsrsrsrsrsrs, rir baixinho, no silêncio de uma sacada que só você teve? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK, gargalhar sozinho, fazer um barulhão, provocar risadas em todos ao seu redor? Bom mesmo é ser feliz, ser feliz e mais nada... Encarar a vida com um tdb estampado na testa o tempo inteiro, ao invés de rugas de ranzinice... Sabe que andei refletindo sobre e até para a morte eu arrumei solução? A solução para a morte está na vida. Se vivermos bem, seremos eternos, a grande chave da imortalidade é sobreviver nos outros... Isto é a onipresença: viver tão bem a ponto de se esquecer de morrer... Deitar o corpo que usou como casa no caixão... Plantar o amor para e pelos outros e deixar-se colher para e pelos outros...